Como relata Pedro Rios no Público de hoje, "A blogosfera é cada vez mais o sítio certo para descobrir música na rede. Muitos bloggers dizem estar a fazer um serviço público, mas também há quem sugira que é uma actividade ilegal.
É um jogo do 'gato e do rato' que parece destinado a repetir-se: a cada passo que a indústria fonográfica dá contra a comunidade pró-partilha de música na Internet, surgem novas formas de encontrar canções e álbuns gratuitamente na rede. Depois do domínio quase exclusivo dos programas de partilha, como o Kazaa ou o já longínquo Napster, boa parte da comunidade passou, nos últimos tempos, para os blogues. Já não é preciso saber o que se procura; os bloggers encarregam-se de lhe sugerir e disponibilizar discos. Muitos dizem estar a fazer um serviço público.
Encontra-se de tudo, quase sempre sem a permissão dos artistas: dos sucessos de vendas às raridades e edições limitadas; de álbuns que lideram os tops a relíquias que já saíram há muito do mercado; blogues generalistas ou dedicados a um só estilo musical (do funk ao psicadelismo dos anos 1960). No Wearemonsters, por exemplo, abunda a música electrónica e experimental; no Una Piel de Astracán é o rock independente quem mais ordena (alguns discos ainda nem chegaram ao mercado, mas já escaparam ilegalmente para o reino digital); o Download Full Metal Albums! tem um título auto-explicativo.
Funcionam de forma simples: os álbuns são colocados na Internet através de serviços que permitem o armazenamento de grandes quantidades de ficheiros, como o RapidShare ou o YouSendIt. Estes sites indicam os endereços onde se encontram os discos, que posteriormente são colocados nos blogues.
'Faço-o por amor', diz André (nome fictício) ao PÚBLICO. Contribui para o Bolachas Grátis, um blogue português fundado em Setembro do ano passado, mas que, com quase 15 colaboradores, tem vindo a aumentar a sua oferta. 'Dá-me um prazer muito grande aparecerem pessoas a dizer que gostaram muito de um determinado disco', conta o blogger. André procura música na Internet porque se recusa a pagar por um disco antes de o ouvir e ter a certeza de que gosta muito dele.
André tem a 'consciência tranquila': partilha os links que encontra em blogues do género, fóruns ou em motores de pesquisa para 'dar a conhecer' música 'desafiante' e quase sempre difícil de encontrar nas lojas portuguesas. Acredita que o que faz é legal já que não é ele que coloca o disco na Internet, mas apenas se limita a 'dar uma informação' sobre onde se pode encontrar determinado disco.
Não foi essa a linha de raciocínio do Tribunal Federal Australiano, quando, no mês passado, considerou ilegal fazer hiperligações para material protegido por direitos de autor, num processo movido pela Universal Music Australia contra o site MP3s4free.net.
Apesar da decisão, a actividade desta comunidade continua facilitada por uma teia de desresponsabilização: com extensos e blindados termos de utilização, os serviços de armazenamento descartam-se de eventuais infracções dos direitos de autor, enquanto os próprios blogues avisam os visitantes de que se desresponsabilizam de eventuais "maus usos" dos downloads. E com tanta partilha de links torna-se difícil saber quem foi que colocou determinado disco a circular na rede.
Comparativamente com outras formas de encontrar música na Net, os blogues são, 'provavelmente, onde se está mais protegido', supõe André. 'As coisas estão de tal forma [facilitadas] que não adianta fechar os olhos'."
É um jogo do 'gato e do rato' que parece destinado a repetir-se: a cada passo que a indústria fonográfica dá contra a comunidade pró-partilha de música na Internet, surgem novas formas de encontrar canções e álbuns gratuitamente na rede. Depois do domínio quase exclusivo dos programas de partilha, como o Kazaa ou o já longínquo Napster, boa parte da comunidade passou, nos últimos tempos, para os blogues. Já não é preciso saber o que se procura; os bloggers encarregam-se de lhe sugerir e disponibilizar discos. Muitos dizem estar a fazer um serviço público.
Encontra-se de tudo, quase sempre sem a permissão dos artistas: dos sucessos de vendas às raridades e edições limitadas; de álbuns que lideram os tops a relíquias que já saíram há muito do mercado; blogues generalistas ou dedicados a um só estilo musical (do funk ao psicadelismo dos anos 1960). No Wearemonsters, por exemplo, abunda a música electrónica e experimental; no Una Piel de Astracán é o rock independente quem mais ordena (alguns discos ainda nem chegaram ao mercado, mas já escaparam ilegalmente para o reino digital); o Download Full Metal Albums! tem um título auto-explicativo.
Funcionam de forma simples: os álbuns são colocados na Internet através de serviços que permitem o armazenamento de grandes quantidades de ficheiros, como o RapidShare ou o YouSendIt. Estes sites indicam os endereços onde se encontram os discos, que posteriormente são colocados nos blogues.
'Faço-o por amor', diz André (nome fictício) ao PÚBLICO. Contribui para o Bolachas Grátis, um blogue português fundado em Setembro do ano passado, mas que, com quase 15 colaboradores, tem vindo a aumentar a sua oferta. 'Dá-me um prazer muito grande aparecerem pessoas a dizer que gostaram muito de um determinado disco', conta o blogger. André procura música na Internet porque se recusa a pagar por um disco antes de o ouvir e ter a certeza de que gosta muito dele.
André tem a 'consciência tranquila': partilha os links que encontra em blogues do género, fóruns ou em motores de pesquisa para 'dar a conhecer' música 'desafiante' e quase sempre difícil de encontrar nas lojas portuguesas. Acredita que o que faz é legal já que não é ele que coloca o disco na Internet, mas apenas se limita a 'dar uma informação' sobre onde se pode encontrar determinado disco.
Não foi essa a linha de raciocínio do Tribunal Federal Australiano, quando, no mês passado, considerou ilegal fazer hiperligações para material protegido por direitos de autor, num processo movido pela Universal Music Australia contra o site MP3s4free.net.
Apesar da decisão, a actividade desta comunidade continua facilitada por uma teia de desresponsabilização: com extensos e blindados termos de utilização, os serviços de armazenamento descartam-se de eventuais infracções dos direitos de autor, enquanto os próprios blogues avisam os visitantes de que se desresponsabilizam de eventuais "maus usos" dos downloads. E com tanta partilha de links torna-se difícil saber quem foi que colocou determinado disco a circular na rede.
Comparativamente com outras formas de encontrar música na Net, os blogues são, 'provavelmente, onde se está mais protegido', supõe André. 'As coisas estão de tal forma [facilitadas] que não adianta fechar os olhos'."
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